terça-feira, 20 de setembro de 2011
Portifólio Eletrônico e Avaliação Formativa, uma parceria que dá certo.
Durante muito tempo a avaliação foi a arma usada na educação para punir os alunos. Lembro que dia de prova era o pior dia de nossas vidas, e eu vou explicar o porque. Neste dia o professor chegava com aquele sorriso ironico no rosto e olhar inigmatico. Os alunos, coitados, chegavam com o coração acelerado; a boca seca, as mãos suadas. Ao colocar o pacote com as provas sobre a mesa, o professor dizia: ¨Hoje vocês vão me pagar, quero só ver o resultado das provas e as notas, tem gente aqui que se depender de um ponto, já pode saber que será reprovada...¨ Ótimo incentivo, não é? Imagine depois deste discurso como ficava a cabeça dos alunos. E o que dizer de decorar inúmeras perguntas para na prova caírem apenas dez? Tempos difíceis aqueles onde o professor era o SENHOR da razão. Difícil esquecer... Então quando a gente toma posse do conhecimento sobre avaliação formativa todo o passado fica exatamente no passado. Hoje chega até nós uma avaliação que abre o leque para novas possibilidades. A avaliação formativa é uma avaliação continuada, onde o aluno tem a oportunidade de mostrar o que aprendeu, em que ainda tem dúvida, e o que ele não sabe. A característica desta avaliação é abranger toda uma estratégia pedagógica onde não existe receita pronta, ela se desenvolve no dia-a-dia de professores e alunos. Nesta avaliação o professor tem uma visão ampliada sobre o aluno, podendo avaliar seus conhecimentos, seus acertos, seus erros, podendo rever ou mesmo mudar sua prática pedagógica de acordo com a realidade do aluno. O grande aliado desta avaliação é o portifólio eletrônico, cujo propósito é levar o aluno a reflexão, a construção e elaboração das suas produções, a criatividade, a autoavaliação, a parceria e principalmente a autonomia. A vantagem deste recurso é a total participação do aluno que pode registrar tudo o que ele fez durante o ano letivo, se autoavaliar, escrever e reescrever seus textos, criando e recriando sua trajetória escolar. O portifólio eletrônico é uma novidade, e como toda novidade enfrenta dificuldades e desafios. Seus usuários, claro, nem todos, tem dificuldades de dominar esta tecnologia e fazer uso das suas ferramentas, outros não tem tempo para estar em frente ao computador, existe ainda o medo de se expor, medo de erros ortográficos, medo de pensamentos equivocados, a dúvida em relação a coerência do texto e o tema proposto... Ao pensar em tudo isto, fica apenas uma certeza, desafios existem para serem superados, então vamos romper o medo inicial e ousar, ou melhor, nos permitir ousar. No futuro veremos o quanto foi importante dar os primeiros passos.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
O Discurso e a Sociedade, uma relação de poder.
O livro A ORDEM DO DISCURSO de Michael Foucault nos mostra de maneira clara todos os mecanismos que envolvem os discursos. Estes mecanismos visam dominar o poder que o discurso tem. A sociedade dita as regras. é ela quem diz quem fala e quando fala¨... suponho que em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por número de procedimentos...¨(p.8 e 9), logo,á que se pensar antes de falar. O autor apresenta a palavra proibida, a segregação da loucura e a vontade de verdade. A fala do louco sempre excluída, a sexualidade reprimida, e a vontade devidamente controlada. O discurso procura envolver quem o profere e quem o ouve, tanto de forma contundente quanto sutil. Quanto as suas fragilidades, o discurso busca apoio em outras áreas do conhecimento. quem sabe mais tem poder. Poder de controle e de convencimento das massas. O autor diz ¨ o novo não esta no que é dito, mas no acontecimento de sua volta.¨ (p.26) O discurso bem elaborado pode mudar a opinião de quem ouve sendo ele verdadeiro ou não. Analisando o assunto é fácil ver que dar a palavra a alguém é dar a este alguém a possibilidade de expor sua opinião e visão sobre determinado assunto. Talvez por isto o silêncio seja tão exigido na sala de aula. Toda vez que o aluno procura se expressar é repreendido e a sua voz calada. Quem sabe o que ele vai dizer? E se ele deixar o professor em uma situação constrangedora? Melhor é mantê-lo calado e quieto. Na escola pública isto funciona muito bem.Quantas vezes ouvimos a frase ¨ele não sabe nada. vai falar porque? ¨ Sabendo o valor do discurso, como educadora, espero fazer a diferença, na escola e principalmente na sala de aula. Espero fazer de meus alunos pessoas capazes de se expressarem com responsabiidade. Eu sei ,não é tarefa fácil, deixar que o aluno saia do casulo do silêncio imposto e võe pelo mundo das palavras ainda é um grande desafio educacional, no entanto se bem desenvolvido, possível. Este pensamento parece utopia? Quem sabe......
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