No livro Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão, o autor Luiz Antônio Marcuschi diz que "Os gêneros são atividades discursivas socialmente estabilizadas que se prestam aos mais variados tipos de controle social e até mesmo ao exercício de poder". Os gêneros tem caráter sócio-históricos e são indispensáveis para a interlocução humana. São eles que legitimam o discurso,uma vez que não existe essa total liberdade de expressão,a sociedade molda as decisões sob diversos aspectos e conduz as ações dos indivíduos. "Desde que nos constituímos como seres sociais, nos achamos envolvidos numa máquina sociodiscursiva. E um dos instrumentos mais poderosos dessa máquina são os gêneros textuais, sendo que seu domínio e manipulação depende boa parte da forma de nossa inserção social e de nosso poder social." Existem vários tipos de gêneros e alguns misturam dois tipos como por exemplo um artigo publicitário com o formato de bula de remédio ou em forma de um poema. No entanto essa mescla não é muito comum. A questão intercultural também interfere no gênero, cada país tem as suas particularidades em relação a língua. O autor chama atenção para que não se confunda gênero com suporte, gênero é poema, bilhete, carta, receita e etc, já o suporte,pode ser convencional ou incidental, exemplo, um livro, o telefone , o jornal, ou ainda o próprio corpo humano e suas tatuagens. Hoje cada vez mais proliferam-se os gêneros textuais tecnológicos e diante disso fica a pergunta: como adaptar toda essa tecnologia para a sala de aula? Será que existe gêneros mais importantes que outros? O aluno deve aprender escrever cartas ou enviar um e-mail? A resposta é que hoje todos precisam saber o necessário para transitar neste universo tão cheio de novidades. O PCN deixa bem claro que a língua falada e a língua escrita não se opõem,não é necessário concertar a fala do aluno para ele escrever bem, a escola deve evitar essa forma de preconceito, o aluno precisa é se adequar as formas de uso da língua sabendo utiliza-la de forma correta, ou seja,saber escrever um texto, falar em público, redigiir uma carta, enviar um e-mail,etc. Os alunos ou não escrevem ou escrevem pouco e isso tem dificultado em muito o aprendizado, a escola ainda não se preocupa com a produção textual baseada em gêneros. A proposta é levar o aluno conhecer os gêneros e fazer atividades formais e informais, lendo e falando sobre os mesmos com facilidade e desenvoltura. O autor nesta obra diz que o primeiro passo é escolher o gênero a ser trabalhado , analisando suas propriedades, seus usos, suas formas de realização, suas variações e seus contextos, permitindo ao aluno aprender, operar e dominar os mecanismos linguísticos. Ao professor cabe acompanhar de perto esta evolução e avaliar as capacidades adquiridas na sala de aula.
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